Atraindo milhares de turistas todos os anos, a 'Pérola do Atlântico' guarda todo um habitat natural subaquático rico em vida e história que a distingue enquanto destino de mergulho.
Quer seja iniciante ou profissional, a riqueza da fauna e flora dos nossos fundos irá proporcionar-lhe dos melhores mergulhos do Mundo, pelos mais variados cenários e profundidades.
Uma das coisas mais importantes a considerar no momento do mergulho é a segurança.
Há um conjunto de regras às quais somos apresentados ao longo da aprendizagem de mergulho de garrafa que devemos levar em conta.
Para ajudar a relembrar essas regras de segurança, a serem incorporados em cada mergulho, a Scuba Schools International SSI disponibilizou no 'site' uma lista das regras fundamentais, na rubrica 'Dive Safety 101 – A New Diver’s Guide to Dive Safety', em português, 'Segurança no Mergulho - Um Guia de Segurança para os novos mergulhadores':
- Faça uma verificação com o parceiro, pré-mergulho;
- Tenha sempre um plano de assistência de emergência;
- Não mergulhe sozinho;
- Não mergulhe congestionado;
- Mergulhe dentro dos seus limites;
Porto Santo 'esconde' tesouros submersos

Com quilómetros de praia e águas cristalinas a Ilha do Porto Santo é, consensualmente, um dos melhores locais para mergulho não só do Arquipélago da Madeira, mas do mundo.
Oferece melhores condições térmicas e de visibilidade, até aos 40 metros de profundidade; a sua areia dourada reflecte os raios do sol criando um ambiente mais claro, mais adequado para turismo, fotografia e vídeo.
Foi, inclusive, escolhida para receber o 4.º Campeonato do Mundo de Vídeo Subaquático e o 18.º Campeonato do Mundo de Fotografia Subaquática, de 4 a 9 de Outubro, reafirmando o seu valor.
Assim, nos dois primeiros lugares da lista seguem-se os dois naufrágios mais conhecidos da Ilha: o 'Madeirense' e 'Cordeca', ambos dentro de uma Reserva Natural Protegida, actual Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo (RAMPPS).
Hoje estes naufrágios são visitados por milhares de todo o mundo, atraindo para uma actividade em crescente expansão – o turismo subaquático.
O navio 'Madeirense'
Local: Porto Santo
Profundidade Média: 31 m
Nível: Avançado
Acesso: Exclusivo de barco
Considerado por muitos, um verdadeiro santuário de biodiversidade marinha, o cargueiro português de 1962, 'Madeirense', foi o primeiro barco afundado propositadamente com vista a criação de um recife artificial, a 21 de Outubro de 2000.
O 'Madeirense' foi um navio misto de carga, que se destinava a transportar carga geral e, a famosa banana da Madeira entre o continente e ilhas; mais tarde passou também ao transporte de passageiros, acomodando até 12 passageiros.
Actualmente, o 'Madeirense' representa um ponto obrigatório de mergulho, talvez até o melhor mergulho de naufrágio em Portugal, segundo as palavras do premiado fotógrafo e realizador subaquático Nuno Sá, na série de documentários ‘Mar, a última fronteira’.
Desde o seu afundamento, o 'Madeirense' tem atraído várias espécies, como meros, cardumes de charuteiros, encharéus, badejos e pargos; no fundo de areia podemos ainda encontrar diversos tipos de raias.
Corveta 'General Pereira D’Eça', conhecida como 'Cordeca'

Local: Porto Santo
Profundidade média: 28 m
Nível: Avançado
Acesso: Exclusivo de barco
16 anos após o afundamento do 'Madeirense', popularmente conhecido por 'Cordeca', a Corveta NRP 477 'Pereira d´Eça' - baptizada em homenagem a António Pereira de Eça-, foi o 2.º navio afundado propositadamente na Ilha Dourada, a 13 de Julho de 2016.

Inserindo-se na estratégia de diversificação do turismo, a 'Cordeca' foi afundada a menos de 1 milha de distância da costa, na área marinha protegida na costa Sul da ilha do Porto Santo, também com o propósito de criação de um recife artificial.

O provecto navio de guerra da Marinha Portuguesa foi construído em 1970 e foi uma das seis corvetas pertencentes à classe 'João Coutinho'.

Com quase 1.500 toneladas e 83 metros de comprimento, está hoje apto a servir novas e tão nobres funções no fundo do mar. Entre entradas e saídas, oferece 83 metros de navio e 3 andares de compartimentos para explorar, onde habita uma incrível quantidade de vinha marinha atraindo esta actividade em crescimento: o Turismo Subaquático - visitado por milhares de todas as origens. Aqui podemos encontrar inúmeras espécies, algumas das quais: bodiões, peixes trombeta, peixes-porco, diversas raias e alguns pelágicos.
Madeira detém preciosidades únicas

Ao longo dos anos, temos visto uma aposta cada vez maior na conservação da costa e da vida marinha que aqui habita. Um maior estímulo à biodiversidade e, à economia ligada ao mergulho e ao turismo subaquático. Caracteriza-se pelos seus excepcionais mergulhos, de acesso pela costa ou em barco, em grutas, naufrágio e, reservas marinhas.
Na Madeira, a Reserva do Parque Natural do Garajau é um exemplo a nível nacional do que deve ser a conservação, que se estende ao longo de uma área de até seis milhas, incluindo 7 pontos de mergulho desde o Lazareto ao Galo.
Esta foi a primeira e única reserva exclusivamente marítima a ser criada em Portugal, em 1986, localizada na costa sul da Região, a leste do Funchal.
Na Reserva do Parque Natural Garajau

Garajau
Local: Praia do Garajau
Profundidade Média: 21 m
Nível: Iniciante, Avançado
Acesso: Pela costa ou de barco
Numa reserva criada há mais de 30 anos, o Garajau é um bom exemplo do que é interagir com uma vida marinha saudável. Este local é considerado um dos mais sui generis do país, no qual podemos aceder à praia directamente de teleférico. Este é um mergulho acessível o ano inteiro.

Milhares de pessoas passam por esta área, que embora pequena tem permitido um grande desenvolvimento de biodiversidade e abundância desde o fundo da areia (enguias de jardim) às zonas rochosas.

um único mergulho permite uma experiência rica, com uma afluência de vida inigualável desde badejos, peixes-cão, trombetas, bicudas a raias, e muitas outras espécies.

Mas são os meros que dão a fama à Praia do Garajau que desde logo nos recebem quase como ”companheiros de mergulho”. Um encontra aqui o lugar ideal para meter-se dentro de água e estar na companhia destes gigantes afáveis. 'Domesticados' pelos mergulhadores, tornou-se possível um contacto mais próximo com esta espécie sendo o 'Elvis' o mero mais conhecido da área.
Galo
Local: Caniço, Galo Hotel Resort
Profundidade Média: 19 metros
Nível: Iniciante
Acesso: Pela costa ou de barco;

Inserido na Reserva do Parque Natural do Garajau, é uma zona privilegiada com águas límpidas e calmas, que propiciam as condições ideias para o mergulho recreativo por todo o ano. De acesso fácil, podemos começar o mergulho directamente pelas instalações do Centro de Mergulho no Lido Galomar.
O Galo caracteriza-se pela sua constituição, uma restinga, isto é, uma afloração de lava, que sobe pelo mar a dentro. O mergulho começa aos 6 metros de profundidade dentro da zona balnear do Galo, onde podemos encontrar uma pequena gruta muito visitada pelos mergulhadores que frequentam a zona balnear. O local permite explorar uma parede rochosa e algumas anémonas gigantes. Caranguejos, bodiões, peixes-balão, anémonas, moreias, garoupas, badejos e meros são algumas das espécies que lá encontraram condições ideias para um habitat natural.
Corveta 'Afonso Cerqueira', conhecida pela 'Corceira'

Local: Cabo Girão
Profundidade Média: 28 metros
Nível: Avançado
Acesso: Exclusivamente de barco
A Corveta NR F488 'Afonso Cerqueira', popularmente conhecida como 'Corceira' é o terceiro navio a entrar em profundidade nos mares do arquipélago, a 4 de Setembro de 2018, 2 anos a seguir à 'Cordeca', na actual área marinha protegida.

O objectivo era a criação de um roteiro de recifes artificiais a fim de potenciar o turismo subaquático.

A 'Corveta', que pertence à mesma classe do 'General Pereira d'Eça', tem 85 metros de comprimento e 14 metros de altura. Construída em 1973, o navio mercante serviu na Marinha por mais de 40 anos com uma tripulação regular de sete oficiais, 14 sargentos e 51 marinheiros.
Durante o seu percurso efectuou várias comissões aos Açores, tendo participado em exercícios navais, de âmbito nacional e internacional, e realizou viagens de instrução com escalas em portos europeus e americanos.

A sua última viagem acabou rumo à Madeira, onde foi então, afundado a sul do Cabo Girão. O navio foi descontaminado e despojado de todo o material tóxico e, finalmente afundado por explosivos cortantes. Está agora a 400 metros da costa a uma profundidade de cerca de 30 metros.

Com acesso a todos os conveses e salas, o naufrágio cria um exuberante cenário para fotógrafos do mundo subaquático. Como recife artificial, é uma grande atração para a vida marinha. Rascassos, peixes-porco, bicudas, salemas, roncadores, raias e safios ou congros, são tipicamente avistados.
Baixa das Moreias

Local: Clube Naval do Funchal
Profundidade Média: 14 metros
Nível: Iniciante
Acesso: Pela costa ou de barco

Dado início em 2013, a Baixa das Moreias é um projecto a nível nacional que assenta na 'construção' de um percurso subaquático- o primeiro percurso subaquático da Madeira - e, que permite aos visitantes percorrerem uma rota pré-determinada para a observação de uma espécie específica de fauna marinha e respectiva flora circundante.
O nome do percurso advém das diversas espécies de moreias coabitam, como o moreão (‘Gymnothorax’ unicolor) e a moreia preta (‘Muraena sp’), que podem ser observadas entre as reentrâncias rochosas marinhas.
A riqueza da vida subaquática aliada às condições de visibilidade favorece a prática de mergulho e a escolha deste local. No começo do mergulho podemos observar por entre reentrâncias da rocha, para além das moreias, mencionadas supra, moreias pretas, castanhetas, bicudas e, nas zonas de areia, charuteiros e trompetas.
É um percurso simples, de baixa profundidade, ideal para quem quer começar a explorar o mergulho e, o misterioso mundo subaquático.
Demonstra o contínuo interesse pela aposta no desenvolvimento da prática do mergulho na Madeira, bem como a contínua promoção deste nicho de mercado.
Pedra d’Eira

Local: Caniçal
Profundidade média: 17 metros
Nível: Iniciante
Acesso: Directamente da costa
Também conhecido por Cais da Junta, este é um mergulho com fácil acesso desde o cais, com boa visibilidade todo o ano. Um belo cenário geológico, constituído por uma língua de lava, que se tornou um oásis de vida, óptima para explorar num mergulho diurno e nocturno. Camarões de todas as cores, nudibrânquios, polvos, chocos são algumas das exuberantes espécies que marcam o mergulho nocturno.

Ao longo de uma parede de recife, começando na superfície, somos conduzidos em profundidade até aos 25 metros onde podemos admirar anémonas gigantes, tão características da área.

Rica em vida, aí pode encontrar uma pequena gruta, coral preto, peixe-rã, cavalos-marinhos e raias. Neste local, há possibilidade de encontrar a foca-monge, onde já foi avistada, por diversas vezes, no entanto, é uma possibilidade sem garantias.