"A Acólita" questiona poder dos Jedi em visão nova do universo Star Wars
A nova série "A Acólita", que se estreia hoje no Disney+, oferece uma visão inédita do universo Star Wars ao questionar o poder dos Jedi e mostrá-los de outra perspetiva, disse à Lusa a criadora e 'showrunner' Leslye Headland.
"Isto é sobre acordar os Jedi, levá-los a olhar em volta e perceber que há um enorme desequilíbrio no poder maciço que acumularam", explicou Headland. "É um estilhaçar. O que se faz quando matamos o sonho? Acordamos".
A ação passa-se numa era nunca antes mostrada nos filmes e séries Star Wars: 100 anos antes do Episódio I -- "A Ameaça Fantasma", antes de haver um Império, entre a era da Alta República e a trilogia de prequelas.
"No final, há um político que articula a forma como as pessoas que não são Jedi os veem de uma perspetiva diferente", disse Leslye Headland. "Pessoas que não estão muito confortáveis com o facto de os Jedi serem uma instituição que acumulou tal nível de poder".
Um desses personagens é Qimir, um cidadão vulgar não sensível à Força que tem uma opinião depreciativa da Ordem.
"É a perspetiva dos civis que têm de navegar uma sociedade dominada pelos Jedi", disse o ator Manny Jacinto, que interpreta Qimir, em entrevista à Lusa. "Há quase um sentimento de intimidação quando os vemos aparecer no início do segundo episódio".
Qimir ilustra esse sentimento quando é interrogado e pede que não lhe apaguem a memória. "Dá um novo enquadramento aos truques mentais dos Jedi, que todos adoramos enquanto fãs mas que um cidadão não gostaria que lhe acontecesse", salientou Leslye Headland.
Em vez de ser olhado como um truque que fascina os fãs, "é quase uma arma quando usado de forma errada", descreveu Manny Jacinto.
Esta visão inédita e a forma como Headland concebeu a história deixaram a presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy, emocionada.
"É um ponto de entrada fresco", considerou a 'showrunner', descrevendo a série como "um mistério de crime" que apela tanto aos fãs de Star Wars como aos que não estão familiarizados com o universo.
Manny Jacinto também salientou que a série está fundamentada numa história apelativa, à qual se juntam sabres de luz e criaturas fantásticas. "Conquista toda uma nova audiência, que esperamos que se tornem fãs de Star Wars", disse o ator.
Protagonizada por Amandla Stenberg ("Mae"), Lee Jung-jae ("Sol"), Manny Jacinto ("Qimir"), Dafne Keen ("Jecki Lon") e Charlie Barnett ("Yord Fandar"), a série conta ainda com Carrie-Anne Moss ("Indara") e introduz novas técnicas de luta.
Também mostra cenários nunca antes vistos neste universo graças à ilha da Madeira, que representa vários planetas e onde cerca de um quarto da série foi filmado.
"Cada vez que alguém pergunta sobre a Madeira perdemos a cabeça", disse Leslye Headland, elogiando o território e dizendo que foi "incrível" filmar na ilha.
Manny Jacinto revelou mesmo que aproveitou um descanso das filmagens para praticar Canyoning (canionismo), uma atividade que está em crescendo na Madeira.
"Não era suposto tê-lo feito, mas não me arrependo", declarou. "Serei um embaixador do turismo da Madeira", gracejou, descrevendo a ilha como "um lugar lindo".
"A Acólita" estreia-se com dois episódios de uma vez e depois um episódio por semana, num total de oito.