Brilho e empenho marcam primeira eliminatória de ‘Uma voz para Amália’
A próxima prova de fogo do concurso de fados está marcada para 14 de Novembro, às 20 horas, na Zona Velha da Cidade do Funchal
A primeira eliminatória do concurso ‘Uma voz para Amália’, realizada na noite deste sábado, na Zona Velha do Funchal, ficou marcada pelo bom espectáculo musical protagonizado por 19 concorrentes.
O concurso organizado pelo DIÁRIO, em parceria com a Secretaria Regional de Turismo e Cultura, sob a produção de Sofia Ferreira – Minha Voz, eliminou ontem quatro concorrentes. Ana Freitas, João Barros, Noélia Correia e Diana Barcelos não conseguiram convencer o júri que teve por missão avaliar o compasso (ritmo), a interpretação e presença em palco, assim como a dicção e afinação de cada actuação.
Apesar desta saída, a produtora Sofia Ferreira diz que ninguém deve encarar isto como uma derrota, mas sim como uma “aprendizagem contínua”.
Melissa Janisse, professora de canto e violino na Escola de Arte GIG, Pedro Marques, músico oficial do concurso (guitarra portuguesa) e professor na Escola GIG, Pedro Afonso, da Direcção Regional da Cultura, e Vânia Fernandes, cantora e professora do conservatório de música da Madeira, são os elementos do júri, a quem cabe a tarefa de seleccionar os melhores até à final, marcada para Dezembro, onde apenas um candidato sairá como vencedor.
Até lá, haverá mais três eliminatórias, sempre na casa de fado ‘Sabor a Fado’, na zona Velha da cidade.
A próxima eliminatória está marcada para 14 de Novembro, às 20 horas, com a presença de 15 concorrentes já que para além dos quatro eliminados pelo júri, houve dois concorrentes (Marisa faria e Érica Oliveira) que desistiram.
O espaço já está esgotado em termos de presenças. Com as regras da pandemia, o restaurante recebe apenas 26 pessoas, número que é rapidamente atingido dada a quantidade de adeptos de fado.
A cada eliminatória, a fasquia vai subindo e os concorrentes terão de surpreender cada vez mais. Sofia Ferreira diz que a partir de agora, a ideia é que os participantes “entrem no fado tradicional e deixem de lado o fado canção”, embora cada concorrente tenha a liberdade de escolher a música a interpretar. “Não podia ser de outra forma, porque o fado tem de ser uma escolha e tem de ser sentido”, explica a produtora e também fadista, alertando para o facto de muitos concorrentes não terem ainda a noção das diferenças entre o fado canção e o fado tradicional.
Em traços gerais, o fado canção tem, por norma, um refrão que é repetido, e a música é feita tendo em conta o poema.
No fado tradicional, o destaque está na música e não no poema, já que primeiro é feita a música e depois é introduzido o poema tendo em conta a métrica da música.
Sofia Ferreira lamenta os que ficaram para trás, mas mostra-se orgulhosa da prestação e da entrega de todos os que ontem participaram na primeira eliminatória do concurso, sobretudo por ver todos os concorrentes “empenhados de corpo e alma no fado”.