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Disney+ aumenta dois euros em Portugal com adição de conteúdos Star

Empresa arrecada 86,8 milhões de assinantes em ano de queda das bilheteiras

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O preço do serviço de 'streaming' Disney+ vai aumentar dois euros em Portugal e nos países europeus, passando para 8,99 euros, devido à adição de conteúdos na marca Star a partir de fevereiro de 2021, anunciou a empresa.

Segundo explicou a responsável de Operações Internacionais e Direto ao Consumidor da Walt Disney, Rebecca Campbell, a adição dará acesso a conteúdos televisivos para audiências mais velhas, alargando o que até agora foi um catálogo virado para a família.

"O Star estará totalmente integrado no Disney+", afirmou Campbell durante o Investor Day da companhia, que decorreu esta madrugada em Los Angeles.

O aumento de dois euros é justificado pela inclusão de uma "robusta coleção das melhores séries e filmes originais" da empresa, disse a responsável, referindo que os consumidores europeus também terão acesso a séries FX e filmes 20th Century. Haverá ainda investimento em conteúdos locais.

A marca Star só vai existir nos mercados internacionais e funciona como uma versão da Hulu fora dos Estados Unidos. Na Europa, estará focada em séries e filmes, e na América Latina o investimento será em desporto ao vivo, com um serviço individualizado chamado Star+ a chegar em junho de 2021.

"Os nossos lançamentos pelo mundo fora são a chave para o crescimento da base de assinantes", disse Campbell.

O serviço Disney+ tem agora 86,8 milhões de assinantes em 58 países, tendo atingido no período de um ano o que tinha sido projetado para o final de 2024.

O diretor de produto Disney+, Jerrell Jimerson, explicou que, com o alargamento do tipo de conteúdos disponíveis, haverá novos controlos parentais para permitir ou bloquear acesso a filmes e séries cuja classificação exceda 14 anos de idade.

Alguns exemplos desses conteúdos são a série "Agents of S.H.I.E.L.D." ou o filme "Logan", disse o responsável.

O aumento do preço também reflete o maior investimento da empresa em conteúdos de todos os tipos, tendo sido apresentados cerca de 100 novos títulos que estão em preparação para as várias marcas.

Com muitas novidades no universo de "Guerra das Estrelas" e Marvel, ficou a saber-se que vários novos filmes irão exclusivamente para o Disney+, como é o caso de "Pinóquio", "Peter Pan e Wendy" e "Disenchanted".

No entanto, o presidente executivo (CEO), Bob Chapek, reconheceu que o poder da Walt Disney foi construído nas salas de cinema e lembrou que a companhia encaixou cerca de 13 mil milhões de dólares em receitas de bilheteira em 2019.

Alguns filmes vão ter estreias simultâneas nos cinemas e no serviço 'premium' dentro do Disney+, o Premier Access.

"O comportamento dos consumidores impulsiona a nossa tomada de decisões", explicou o responsável do grupo de novos media e entretenimento, Kareem Daniel. "Todos os nossos filmes e séries vão acabar por chegar às nossas plataformas direto-ao-consumidor".

A empresa já tinha lançado o filme "Mulan" no Disney+ em setembro e será também aqui que estreará a nova longa-metragem da Pixar, "Soul", no dia de Natal.

 86,8 milhões de assinantes

O serviço de 'streaming' Disney+, lançado pela Walt Disney em novembro de 2019, arrecadou 86,8 milhões de assinantes até ao início de dezembro, alcançando num ano o objetivo que tinha sido projetado para 2024.

Com as receitas das bilheteiras em queda livre e vários parques temáticos encerrados por causa da pandemia de covid-19, a Walt Disney disse aos investidores na sua apresentação anual que vai dirigir o seu foco para as plataformas dirigidas diretamente aos consumidores.

"O Disney+ excedeu as nossas expectativas mais loucas", afirmou o CEO da Walt Disney, Bob Chapek, no Investor Day que decorreu esta madrugada a partir de Los Angeles.

"O nosso objetivo é servir os consumidores da melhor forma possível", disse o executivo, sublinhando os "desafios duros" que a indústria enfrenta por causa da pandemia. "Estamos a encontrar novas formas de entreter as pessoas", acrescentou.

Em resultado do novo foco, vários títulos Disney e Pixar que foram desenvolvidos para o cinema passarão para o Disney+ ou terão estreias simultâneas nas salas de cinema e na plataforma de 'streaming', que inclui uma subcamada paga denominada "Premier Access".

Dos 100 títulos anunciados no Investor Day, 80% irão diretamente para 'streaming'.

A disponibilização de mais conteúdos vai resultar num aumento do preço do serviço, que na Europa passa a incluir a nova marca Star e custará 8,99 euros (+2 euros) e nos Estados Unidos passa para 7,99 dólares (+1 dólar).

A diretora financeira da Walt Disney, Christine McCarthy, disse aos investidores que as diretrizes da empresa para as plataformas direto-ao-consumidor foram revistas em alta.

A companhia prevê agora investir entre 14 e 16 mil milhões de dólares (12,6 a 14,4 mil milhões de euros) nos conteúdos das plataformas Disney+, Hulu e ESPN+, no ano fiscal de 2024.

Só o Disney+ deverá duplicar os gastos, passando de quatro para oito ou nove mil milhões de dólares, um "nível de investimento em conteúdo" que demonstra a nova estratégia da empresa, disse a diretora financeira.

Na mesma linha, a Walt Disney antecipa obter entre 230 e 260 milhões de assinantes Disney+ em 2024, cerca do triplo do que previra antes.

O serviço deverá tornar-se lucrativo em 2024, atingindo em 2021 o pico dos prejuízos esperados para os primeiros anos.

O foco nas plataformas de 'streaming' ocorre num ano em que toda a indústria ligada ao cinema sofreu grandes quebras, com as receitas até outubro a caírem 76% nos Estados Unidos, de acordo com números da Comscore.

A Disney optou por lançar o filme "Mulan" no Disney+ em setembro e será também aqui que estreará a nova longa-metragem da Pixar, "Soul", no dia de Natal.

No início de dezembro, também a Warner Bros. anunciou que vai lançar "Matrix 4", "Dune" e todos os seus filmes de 2021 no serviço de 'streaming' HBO Max, em simultâneo com o lançamento nos cinemas.

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